segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O JEITO DELES


O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? Mistério misterioso. Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados. Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado. Tem que ser inteligente e... algo mais. O que é este algo mais? Mistério decifrado: é o jeito.


A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos lindos: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos, como se estivesse em câmera lenta.


O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. O jeito de olhar. O jeito de falar. Vá tentar explicar isso.


Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar. Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.


Martha Medeiros (com adaptações minhas)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mulher BORBOLETA!!!


~~ Tem um vôo que seduz, uma beleza que satisfaz.....

~~ Possuidora de uma leveza que conduz, de uma força que induz

~~ Sua fragilidade lhe traduz uma mulher que reluz!

~~ Precisa de arte, precisa que invada...

~~ Que o coração dispare, que a saudade mate...

~~ Não a prenda, traga flores para que ela venha....

~~ Ela *não* é para qualquer um ...

~~ Ela é da natureza * * *

~~ ELA é ELA!!! * ੴ

~~ Tranque-a e ela morre...

~~ Sopre-a no vento que ela vai...

~~ Mas espere...

~~ Pois ela volta!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VOCÊ É!



Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.


Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.


Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.


Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê.

Você é o que ninguém vê.


(Martha Medeiros - com adaptações minhas)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cantinho Escondido



Dentro de cada pessoa

Tem um cantinho escondido

Decorado de saudade..


Um lugar pro coração pousar

Um endereço que freqüente sem morar

Ali na esquina do sonho com a razão

No centro do peito, no largo da ilusão...


Coração não tem barreira, não

Desce a ladeira, perde o freio devagar

Eu quero ver cachoeira desabar

Montanha, roleta russa, felicidade

Posso me perder pela cidade

Fazer o circo pegar fogo de verdade

Mas tenho meu canto cativo pra voltar...


Eu posso até mudar

Mas onde quer que eu vá

O meu cantinho há de ir...


Dentro...


(Marisa Monte)